21/09/2008
PSD foi o único partido a apresentar propostas e contributos para o Projecto Alcanena XXI
Foi em jeito de lamento, que referiu a ausência de contributos por parte de outas forças políticas, na medida em que apenas tinha tido uma reunião com os veradores do PS, na qual apenas se discutiram pontos de vista políticos, e ideias avulsas, contrariamente ao que havia sido solicitado.
Pela nossa parte, tentámos estar à altura da situação, sugerindo correcções, alterações, anulação de acções, integração de outras, clarrificação de projectos, alteração de priorizações, na certeza que não nos demitimos de fazer parte integrante do desenvolvimento do concelho.
Recusamos o caminho da crítica pela crítica e assumimos o nosso papel activo, enquanto oposição, pois temos a responsabilidade de sermos a alternativa.
Não basta dizer que já deveria estar feito, ou que falta esta ou aquela obra, ou questionar apenas, tal como aconteceu com o Partido Socialista aquando da aprovação da Carta Educativa.
O PSD orgulha-se de continuar a ser parte activa no encontrar de soluções para o desenvolvimento do concelho e de contribuir para a melhoria dos documentos estratégicos.
Em anexo, veja os contributos dos autarcas do Partido Social Democrata. Trata-se de um documento técnico, amplamente discutido com o Sr vice-presidente e Técnica Dra. Filomena Henriques e a vereadora do PSD.
09/06/2008
A taxa de disponibilidade no concelho
No caso concreto do concelho de Alcanena, esta situação enferma de irregularidades que têm que ser imediatamente reparadas:
- Qualquer taxa carece de aprovação do órgão deliberativo, isto é, Assembleia Municipal, pelo que sem a aprovação pelo mesmo, a taxa não pode entrar em vigor. Acontece que a empresa gestora dos Serviços de Água, a Luságua, após a aprovação da referida taxa em sede de executivo camarário, procedeu de imediato à sua cobrança, sem esperar pela aprovação final.
- As primeiras facturas com a indicação do montante a cobrar referente à taxa de disponibilidade reportam-se a meses anteriores à sua aprovação, o que é estranho, dado que mesmo que a aprovação em sede de executivo camarário conferisse legalidade ao acto, esta não tem efeitos retroactivos, pelo que esta situação tem que ser entendida como um engano, que deve ser corrigido, quanto antes.
Na reunião do executivo de 9 de Junho, a Verereadora do PSD, Dra. Ana Cláudia Coelho na sua intervenção, afirmou que:
- há um deficit de comunicação entre o executivo e os munícipes e que passa pela não informação de deliberações desta natureza à população, conforme disposto na lei, de acordo com a qual o município e a empresa gestora dos serviços têm o dever de informar os munícipes a respeito, o que não aconteceu, pelo que propôs que a câmara informasse de imediato a população.
- não se percebe como é que a Luságua ignorou a necessidade da taxa carecer de aprovação por parte da Assembleia Municipal, desrespeitando o órgão em causa e com esta atitude, pondo em causa a sua aprovação, ao invés de aguardar a ratificação e então proceder proceder à dita cobrança .
Após a sua intervenção, a vereadora do PSD tomou, no entanto, conhecimento que os serviços camarários no ofício que enviaram à Luságua, esqueceram-se de referir a obrigatoriedade da aprovação pela Assembleia Municipal de Alcanena…
Adenda:
Após a reunião, a vereadora do PSD falou com um dos responsáveis pela Luságua que afirmou que o facto de a cobrança em processamento ser referente a meses anteriores a Maio, tem a ver com o momento de facturação desses meses que ocorre no final do mês de Maio / início de Junho, não estando a empresa, no seu entender, a incorrer em qualquer ilegalidade, pois a Luságua só iniciou a cobrança da referida taxa após o ofício da Câmara, dando conta da sua aprovação.
Muita tinta ainda vai correr. Certo é que as reclamações por parte dos munícipes não param, até porque a posição da DECO é conhecida de todos!
24/05/2008
Desigualdades e Indiferença no país e no concelho
_______ É preciso que a mensagem chegue para se poder intervir, a qual deve ser transmitida nos locais devidos. Qualquer entidade poderá dar a resposta da sua competência ou então desencadear as respostas da rede.
_______ No sábado passado esteve com um industrial de Minde que se queixou. Ele próprio, Vereador, desconhecia que em situações de baixa não lhe são pagos os dias, parece que por ser gerente da empresa.___
_______ A pessoa em causa considera que tal situação é uma injustiça e fez algumas considerações sobre o assunto.__________________
_______ Disse ainda, o Senhor Vereador, que ouviu e compreendeu. Em situações problemáticas, mesmo as pessoas que tiveram boas condições de vida, poderão ser apoiadas e, por isso, não podemos dar acolhimento a críticas quando há conhecimento público. Face á confidencialidade das informações e salvaguarda da privacidade das famílias, por vezes até somos acusados de apoiar quem não precisa. Toda a actuação ao nível dos apoios dados é clara e passível de justificação, e tudo é do conhecimento das várias entidades intervenientes, incluindo a Segurança Social, que é a entidade que tem especial competência nestas matérias.__
_______ Por vezes pode até haver situações de doença grave que vão originar grandes problemas nos agregados.________________________ "
_______ Volta a referir que o importante será encontrar as soluções, quer junto da Segurança Social, quer do Município, ou de qualquer dos parceiros da Rede.__ "
Praia fluvial de Olhos de Água e Piscinas Municipais encerradas no Verão
Quem diz que o nosso concelho é monótono, desengane-se, pois o impensável acontece mesmo em Alcanena.
Com efeito, já não nos bastava o mini tornado que varreu o distrito de Santarém e que levou a Câmara Municipal de Alcanena a encerrar a praia fluvial de Olhos de Água, durante a época balnear que se aproxima, devido aos danos causados nas margens do rio e “paredes” do leito, para agora assistirmos também ao encerramento das Piscinas Municipais, na sede do concelho.
Nos Olhos de Água, os trabalhos de recuperação daquele espaço terão já começado, mas ainda que a envolvente possa estar arranjada até ao Verão, o caudal não será suficiente para os munícipes poderem, tomar banho. Isto é, banhos no Alviela só em 2009.
Contudo, se o encerramento da Praia Fluvial se deve a intempéries, o mesmo não se pode dizer do encerramento das Piscinas Municipais. De facto, a única explicação plausível para esta situação no início do Verão é mesmo a falta de manutenção do equipamento.
Só, assim, se explica a existência de uma ruptura na canalização, com implicações nas 3 piscinas da sede do concelho.
Mais uma vez, os concelhos vizinhos se tornam mais apelativos para os nossos jovens, perante a falta de sensibilidade de um executivo que não planeia, não decide e adia tuto o que pode… até a manutenção dos equipamentos.
25/04/2008
Discurso Comemoração do 25 de Abril - 2008
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
O acto evocativo da liberdade é para todos, na vivência responsável e democrática uma data a comemorar. O 25 de Abril de 1974 representa a restituição da identidade de Portugal, tendo contribuído para a sua integração na Europa e no mundo.
O 25 de Abril é, sem dúvida, uma data, uma efeméride ou um espaço temporal para pensarmos sobre o poder e a forma de o exercer no contexto da liberdade que há 34 anos nos foi devolvida.
Contudo, numa altura em que alguns debatem a manutenção ou não destas comemorações, estou convicta que, por força dos inegáveis problemas com que a população se debate, as comemorações do 25 de Abril apenas poderão ser sempre de particular importância para o nosso futuro colectivo, se elas constituírem um momento de reflexão séria sobre o estado das instituições.
Porque mais relevante do que enaltecer essa manhã de 1974, é, seguramente, reflectir sobre o cumprimento que, ano após ano, estamos a dar aos objectivos a que nos propusemos, quando, numa quase unanimidade nacional, resolvemos abraçar a democracia e a liberdade em Portugal.
Assim sendo, mais do que uma data para recordar, o 25 de Abril é cada vez mais um momento para reflectir. Para reflectirmos não só sobre a liberdade, mas também sobre os direitos e deveres dos cidadãos e daqueles que, em seu nome e representação, exercem o mandato político, quer a nível nacional, quer a nível local.
Urge, por isso, reflectir seriamente, e sem a preocupação de ser politicamente correcto, sobre a evolução que a nossa democracia tem sofrido, o que nos leva inevitavelmente a abordar poderes instalados e atitudes de prepotência política, próprios de representantes do poder que permanentemente se fecham sobre a sua lógica, quer no plano nacional, quer no plano local.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
A nível nacional, em 34 anos de democracia, o seu exercício nunca foi tão precário.
Portugal atravessa uma crise grave. Alguns dos valores principais, e próprios de um estado democrático, são quotidianamente violados e manifestamente ultrapassados por interesses de carácter individual ou corporativo.
Uma crise que se traduz na incapacidade crescente, que os responsáveis políticos vêm demonstrando, na falta de respostas para enfrentar convictamente os problemas que mais afligem as populações. E ontem como hoje, não há democracia que resista à descredibilização da classe política.
Assistimos diariamente a sentenças contraditórias ou com manifesta falta de bom senso; à prevalência de aspectos formais sobre as questões verdadeiramente substantivas; à sede de protagonismo individual ou vaidades pessoais; à manifesta incapacidade profissional ou despropositada arrogância no exercício da função; à ausência de responsabilização pelos actos praticados; ao estrangulamento das estruturas humanas, logísticas e técnicas.
Assistimos, diariamente, ao desenvolvimento de uma apetência controladora do estado, que para maior êxito, procura anular a critica, arregimentando para causa própria a informação. Assim, através do controlo da informação, o poder central filtra as críticas e empola os elogios à sua governação socialista, procurando atenuar o antagonismo e acelerar uma integração politica.
No entanto, não se trata de uma integração alcançada através da real satisfação dos interesses dos cidadãos. Pelo contrário, estamos perante uma tentativa de integração assente numa pratica consubstanciada no excesso da encenação, por um lado, e no defeito do conteúdo, por outro. Quero com isto dizer que o direito a uma informação livre e descomprometida está posta em causa e bem assim a própria essência da democracia, pois quando se tenta limitar o direito à crítica, está-se a pôr em causa o diálogo de cooperação democrático, ou seja, a fragilizar o contrato estabelecido entre os cidadãos e os seus representantes.
Infelizmente, também, a nível local assistimos à degradação destes valores.
A pouca informação que chega aos munícipes é controlada pelo poder autárquico, que atingiu agora o seu momento alto com a declaração de que não haverá a sessão solene habitual das comemorações do aniversário do concelho, no dia 8 de Maio, isto é, foi vedada aos partidos políticos a hipótese de, publicamente, se pronunciarem acerca do mandato autárquico. Esta atitude anti-democrata era, no entanto, de esperar, na medida em que no ano passado o Senhor Presidente tentou repreender a oposição, pelas críticas proferidas à actuação do executivo que lidera, considerando-as despropositadas. Isto é, não há capacidade de receber a crítica, mesmo quando esta se consubstancia em números, e dados fornecidos pelos serviços, ou seja, em factos inegáveis.
Com efeito, há cada vez mais, um afastamento do poder executivo da população, chegando-se mesmo a criticar os munícipes directamente, quando no exercício do direito que lhes assiste se dirigem às reuniões da câmara para apresentar problemas e/ou críticas.
Pena é que o executivo não tenha presente que esta falta de consciência social das políticas que desenvolve prejudica o concelho e todos aqueles que no poder, ou na oposição, trabalham em prol do todo, assumindo críticas construtivas, na certeza que o concelho é um projecto comum, onde o trabalho consubstanciado no diálogo cooperante nunca é demais.
E neste âmbito, minhas senhoras e meus senhores, o Partido Social Democrata não aceita lições de ninguém, uma vez que elogia o executivo quando merece, crítica os pontos negativos, sempre de forma sustentada, apresentando alternativas, ou sugestões claras do que deve ser alterado. Veja-se o exemplo da Revisão da Carta Educativa, na qual, ao contrário de outros, me empenhei pessoalmente, no sentido de melhorar um documento que não respeitava os requisitos legais. E nesta perspectiva, o PSD resolveu reafirmar o direito quue nos assiste de liberdade de expressão e analisar a actuação do executivo à luz de dois pilares essenciais da democracia: transparência e diálogo cooperante.
Com efeito, o diálogo não é promovido, as nossas propostas são maioritariamente chumbadas, e as nossas sugestões não são, na grande maioria das vezes ouvidas, com consequências graves para o concelho, pois assistimos, muitas vezes, em nome de um desvirtuado sentido de prioridades – em nome de falsas necessidades de equipamentos ditos de utilidade pública – em nome, de oportunismos políticos conjunturais para satisfação de clientelas; em nome de ilusórias formas de modernização, às tomadas de posição dos decisores políticos do município, que se fecharam sobre si próprios, cedendo demasiadas vezes à tentação de satisfazerem outras que não as reais prioridades do concelho, sem regra coerente nem critério, sobrecarregando os cofres públicos muito para além das suas possibilidades.
Como era de esperar, rapidamente chegamos ao agravamento das finanças do município, potenciando um brutal nível de despesa corrente que asfixia e degrada a margem de investimento do concelho. E mesmo perante a evidência dos números que comprovam uma derrapagem das despesas correntes na ordem dos dois milhões de euros, não se responde, não se explica, recorre-se à retórica e não há transparência.
Pelo contrário, em vez de transparência, apresentam-se documentos:
- Onde se afirma que a taxa de execução do Plano Plurianual rondou os 50%, quando na verdade foi de 34%; onde se afirma que houve uma descida com as despesas de pessoal, mas não se explica como é que ainda existe uma despesa de 137 mil euros com horas extraordinárias no ano de 2007, quando a câmara nesse ano não executou obra, promoveu menos actividades culturais e teve ao seu serviço mais 45 colaboradores do que em 2006.
em vez de transparência, apresentam-se documentos:
- onde se afirma que a dívida a fornecedores aumentou 8,3% assim como a sua rotação passou de 116 para 138 dias, sem sabermos qual o real motivo, dado que o emagrecimento do investimento atingiu o valor mais baixo desde 1999, bem como o das actividades culturais, o que deveria dar origem a um decréscimo na dívida a fornecedores e não o contrário.
Em nome da transparência e do diálogo, seria bom que o executivo ouvisse as outras forças partidárias quando se pronunciam contrariamente ao museu do território, uma vez que o investimento do executivo, até ao momento, em equipamentos não reprodutivos, sem avaliar correctamente, quer as Despesas que presentemente já sufocam o município, quer as despesas que esses equipamentos acarretam, põem inevitavelmente em causa as gerações vindouras, ou seja, a sustentabilidade do concelho.
Estou-me a referir concretamente ao Centro de Ciência Viva, que vai custar 300.000€ / ano para garantir a sustentabilidade deste equipamento e dos s 24 funcionários que tem, ou o Cine-Teatro S. Pedro, que ainda não foi inaugurado, mas já se perspectiva uma derrapagem enorme.
A ingestão deste último equipamento está à vista, na medida em que o executivo não impõe tectos nem plafonds/ano. Não há uma política estratégica cultural, apenas são apresentados orçamentos, regulamentos e actividades trimestrais, cabendo sempre ao executivo suportar mais de metade das despesas dos eventos. E nada é dito dos recursos humanos a afectar e respectivos custos, nem dos gastos de manutenção do equipamento;
A cereja no bolo é certamente o Museu do Curtume, cujo projecto foi aprovado pela oposição porque o executivo garantiu que se não houvesse financiamento a obra não avançaria. Pois bem, até à última reunião de câmara, financiamento não havia, e mais uma vez, e contrariamente ao que foi afirmado sistematicamente depois do início da obra, no sentido que esta parava se não houvesse financiamento, a obra continua.
Demoliu-se um edifício, só faltam cinco meses para o terminus da obra e todos sabemos o seu custo 1.874.260,00 €, apenas para as paredes.
Convido-vos então para uma reflexão em conjunto.
Seremos um município responsável por termos iniciado a construção de uma obra no valor de 1.874,26 €, cujo financiamento não está assegurado para um Museu que não se sabe como vai ser dinamizado, para que público e quanto custará a sua promoção a nível local, regional e nacional?
Seremos um concelho mais desenvolvido por termos um um Cine-Teatro, ou até um Museu do Curtume, mas com um número significativo de empresas a fecharem, não existindo espaços atractivos infra estruturados nem em termos de acessibilidades nem em termos preços, para a instalação de novos postos de trabalho?
Seremos um concelho mais justo por organizarmos passeios para idosos e sardinhadas, mas não asseguramos, a requalificação da classe produtiva, nomeadamente daqueles que por via da crise ficam sem emprego e que até ao momento apenas trabalharam nos têxteis ou nos curtumes?
Seremos um concelho ambientalmente mais atractivo, por temos uma Praia fluvial, um Centro de Ciência Viva, estarmos inseridos no Parque Natural de Serras de Aire e Candeeiros, mas termos um passivo ambiental crescente, cujos efeitos na saúde pública estão longe de ser assumidos e que prejudica em muito a qualidade de vida daqueles que como eu, e apenas como alguns de nós, aqui vivem?
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
A incapacidade para definirmos algumas prioridades que teimosamente ficam esquecidas, fazem com que o concelho esteja cada vez mais desajustado no tempo e, nesta época de dificuldades globais, as oportunidades perdidas já não são oportunidades adiadas – são prejuízos assumidos.
O divórcio entre o Programa Eleitoral e o actual executivo e é enorme. Mas porque hoje, comemoramos Abril, temos que manter presente que sem participação não há democracia, porque, em democracia, a responsabilidade pelos destinos dum concelho ou País é de toda a sociedade e não apenas de alguns.
Por isso, julgo que é esta a hora de se começar a promover um grande debate concelhio, balizado por um largo consenso entre as diversas forças políticas e a sociedade civil, no sentido de dar resposta às questões nucleares do desenvolvimento do nosso concelho.
Mas também é hora de pensar no legado do 25 de Abril, assumir responsabilidades e agir rumo a um concelho mais próspero, a um país mais responsável e real e a uma Europa mais integradora e Democrática!
Viva o 25 de Abril!
Viva o Concelho de Alcanena!
Viva Portugal!
18/04/2008
Documentos de Prestação de Contas 2007 - Declaração de Voto
Tendo analisado os documentos do “Relatório de Gestão” e as respectivas “Demonstrações Financeiras” que, em conjunto, constituem a prestação da actividade e das contas da Câmara Municipal Alcanena, desenvolvidas ao longo de 2007, a Vereadora eleita pelo Partido Social Democrata, considera que:
1- A situação económico-financeira da Câmara Municipal e Alcanena agravou-se consideravelmente, pelo que todas as críticas apresentadas pelo PSD, ao longo dos últimos anos – relativamente quer às propostas de Plano e Orçamento quer aos documentos de prestações de contas – têm total justificação e mantêm plena actualidade.
2- As principais conclusões a retirar destes documentos, relativos a 2007, apontam para:
a. O incontrolo das Despesas Correntes;
b. O aumento das dívidas da autarquia, quer junto do sector financeiro quer junto dos fornecedores;
c. A incapacidade para transformar as Oportunidades em Investimento.
3- Culpabilização de outros perante a falta de investimento, não assumida pelo PSD
Efectivamente, a Câmara Municipal de Alcanena está a passar pelo seu pior período de gestão política de sempre. Esta degradação é também evidenciada por quase todos os seus principais indicadores económico-financeiros.
a) Ao longo dos últimos anos, temos vindo a assistir sistematicamente ao inflacionamento do orçamento em cerca de 30%. Em 2007, o inflaccionamento da receita foi na ordem dos 36,8%, ou seja a receita prevista foi de 17.383.720,79 € e a receita cobrada de 10.986.931,11€.
Por outras palavras, o desvio verificado na execução da receita de 36,78%, correspondente a mais de seis milhões de euros, confirma o empolamento nas receitas de capital, denunciado pelo PSD aquando da discussão do Orçamento de 2007, que qualificou de irreal e inexequível. Recorde-se que nos Documentos Previsionais de 2007, assistiu-se ainda à indefinição de verbas para grande parte do investimento, o que vem corroborar a tese do PSD de autismo político deste executivo e de gestão de navegação à vista.
Em Abril de 2009, ir-se-á novamente confirmar o empolamento da receita do Orçamento de 2008!
b) A regra do equilíbrio financeiro (ter as Despesas Correntes - 8.228.856,35€ - inferiores às Receitas Correntes - 8.526.703,24€) é precária, na medida em que só é cumprida se tivermos apenas em conta as despesas pagas e não a totalidade das despesas efectuadas e ao contrário do que se afirma está longe de ser um indicador de boa gestão. Isto é, as Despesas Correntes estão incontroláveis e asfixiam verdadeiramente o orçamento. Senão vejamos:
i. O montante da despesa paga 8.228.856,35€ em 2007, corresponde a 75% da Despesa Total, quer com isto dizer que o executivo reservou apenas 25% do orçamento para as despesas de capital, isto é, para o investimento;
ii. Contudo, o desnorte das despesas correntes é tanto mais visível se tivermos em conta que o total das dotações corrigidas para as despesas correntes em 2007 é de 10.461.561,00€ (Quadro p.20);
iii. A grande aposta deste executivo neste mandato é sem sombra de dúvida a degradação da margem de Investimento do município.
c) Estes valores são extremamente importantes, se tivermos em conta que em 2007:
i. O Centro de Ciência Viva ainda não estava a funcionar (Recorde-se que a Câmara tem que despender 300.000€ / ano para garantir a sustentabilidade deste equipamento);
ii. O Cine-Teatro S. Pedro ainda não foi inaugurado (perspectiva-se uma derrapagem enorme. A ingestão deste equipamento está à vista, na medida em que o executivo não impõe tectos nem plafonds/ano. Não há uma política estratégica cultural, apenas são apresentados orçamentos e actividades trimestrais, cabendo sempre ao executivo suportar mais de 50% das despesas dos eventos. Nada é dito dos recursos humanos a afectar e respectivos custos, nem dos gastos de manutenção do equipamento);
iii. O executivo continua a investir em equipamentos não reprodutivos sem avaliar correctamente, quer as Despesas que presentemente já sufocam o município, quer as despesas que esses equipamentos acarretam e que inevitavelmente põem em causa as gerações vindouras, ou seja, a sustentabilidade do concelho.
d) Ao contrário do que é afirmado, as Despesas com o Pessoal continuam incontroláveis e a representar uma significativa fatia das Despesas Correntes. A percentagem de 39%, apontada no Relatório de Gestão de 2007, referente aos custos com pessoal apenas se dá devido ao aumento em cerca de um milhão de euros da Despesa Corrente Paga (mais 14,1% do que em 2006). Assim sendo, a fatia referente ao Pessoal acabou por se diluir nesse grande bolo das despesas correntes. Mas se reportarmos as Despesas com Pessoal Pagas 3.191.943,62€, ao total das despesas correntes pagas no exercício de 2006 7.210.320,23€, o peso destes custos seriam de 44,27% e não 39%. De qualquer forma, não é perceptível que as despesas possam vir a baixar quando se passa de 224 colaboradores em 31 de Dezembro de 2006 para 269 colaboradores em 31 de Dezembro de 2007.
Assim sendo, também não se compreende o volume gasto em horas extraordinárias, 132.192,11, perfeitamente injustificado face:
i. Ao aumento de 45 colaboradores;
ii. À quase ausência de investimento em 2007;
iii. À diminuição significativa das actividades culturais;
iv. À existência de 4 vereadores a tempo inteiro, um chefe de gabinete e uma secretária;
v. Ao aumento da rubrica, Colaboração Técnica Especializada, com 7.888,54€;
vi. À manutenção de valores exorbitantes em horas extraordinárias por parte de alguns colaboradores, 13.594,88€ / ano.
e) Os investimentos previstos para o ano de 2007 eram no montante de 8.729.356,00€ e não 6.922.159,79€, como é afirmado na página 33 do Relatório de Gestão, mas desse valor apenas foi pago o correspondente a 2.742.302,63€, o que representa cerca de 25% da Despesa Total, de acordo, aliás, com aquilo que fomos alertando quanto ao empolamento desta previsão orçamental. Da previsão orçamental da Despesa de Capital apenas se cumpriu 31,41% das dotações orçamentais e 39,7% das dotações orçamentais corrigidas.
f) Por outras palavras, as despesas de capital tiveram o valor mais baixo desde 1999, 25%, ocupando a despesa corrente 75%, o que é sintomático de:
i. Estagnação do concelho, sem obra, nem horizontes;
ii. Incapacidade do executivo de controlar a despesa;
iii. Que tal significa que o executivo se limita a fazer gestão corrente, olvidando os investimentos do município em diversas áreas.
g) O Grau de execução do Plano Plurianual de Investimento é baixíssimo. É de 34,1% e não de 50%, conforme é dito na página 35 do Relatório de Gestão.
h) Também o investimento deve ser analisado:
i. À semelhança de anos anteriores, foi no objectivo Funções Sociais que foi despendido a maior parte de investimento (79,1%), nomeadamente através das obras de Rede de Saneamento da Serra de Santo António, Rede de Saneamento em Covão do Feto e Casais da Moreta e Colector de Ligação da Serra de S. António a Monsanto; reparação do Edifício da Casa da Cultura; o projecto das Infra-estruturas do Loteamento da Zona Norte em Alcanena e os Arranjos em Passeios e Calcetamentos no Concelho; reparações efectuadas nas Piscinas Municipais, bem como outros edifícios; projecto do Centro de Interpretação das Nascentes do Alviela;
ii. Às Funções Económicas apenas foi atribuído 8,4% do investimento total, sendo que menos de 5,7% é para o Programa Indústria e Energia, com a seguinte distribuição:
a. 63.942,00€ referentes à Zona Industrial de Alcanena, que ainda não teve o Projecto de Impacto Ambiental aprovado. Após a primeira apresentação em sede de CCDR, este documento foi chumbado (tal como a vereadora do PSD atempadamente alertou, face ao não cumprimento de requisitos legais, tendo posteriormente a autarquia deixado passar o prazo da reapreciação deste documento, pelo que neste momento não se sabe qual o ponto de situação).
b. 41.737,13€ referentes à Zona Industrial Minde (obra neste momento suspensa e não se sabe se irá avançar, pois está dependente da procura que tem sido reduzida. Facto que não surpreende, face à não publicitação e localização desta infra estrutura.)
iii. Longe estamos de fazer cumprir o objectivo / prioridade do executivo em desenvolver as actividades económicas no concelho através da aposta na construção de espaços industriais para o combate do desemprego e diversificação do tecido empresarial.
iv. Foi no objectivo das Funções Gerais que se verificou a maior taxa de execução anual de Investimento (51%), nomeadamente em:
a. Aquisição de Software (€ 58.380,81);
b. Amortização da viatura da presidência (€ 16.035,00);
c. Aquisição equipamento básico para a Protecção Civil (€ 10.988,35).
i) O Executivo no Relatório de Gestão enumera dois grandes momentos de execução do ano de 2007:
i. Conclusão da Rede de Saneamento da Serra de Santo António;
ii. A inauguração do Centro de Ciência Viva;
iii. Trabalho efectuado pelo Gabinete de Acção Social;
iv. Ou seja, é assumido que o bom trabalho da Câmara em 2007 resumiu-se ao pelouro de dois vereadores. Fica por esclarecer se o executivo vai reduzir o número de vereadores a tempo inteiro e respectivos gabinetes.
j) A dívida da Câmara a terceiros é dramática para o Concelho, nomeadamente para as empresas que fornecem a Autarquia. Esta aumentou em 8,3%, com efeitos também ao nível do prazo de rotação de dívida a terceiros, que passou de 116 para 138 dias, o que tem efeitos perversos nomeadamente nos fornecedores e empreiteiros que trabalham com a autarquia, continuando a colocar em causa a sua imagem.
k) O endividamento a longo prazo, isto é, a instituições bancárias, estagnou, rondando os 12.284.306,03€, sem que seja aplicado em obras estruturantes, capazes de promover a sustentabilidade económica do concelho e das populações.
l) A necessidade doa fornecedores da Autarquia recorrer ao factoring, é já um prenúncio da imagem de mau pagador que autarquia detém.
Considerando os argumentos anteriormente apresentados e tendo igualmente presente que a aposta estratégica do executivo cada vez mais se afasta da realidade, ao contrário do que é afirmado ao longo de todo o Relatório de Gestão, onde se considera que os objectivos foram globalmente atingidos, a vereadora do PSD vota contra os documentos de Prestação de Contas referentes ao Exercício de 2006, manifestando, desta forma, a sua discordância face:
- Às prioridades do Município, que levaram de forma injustificada à agravamento da já débil situação financeira do concelho, comprometendo gravemente a sustentabilidade do município;
- À ausência de um plano de contenção de despesas rigoroso;
- À vitimização de “tudo fizemos sozinhos”, estamos orgulhosamente a pagar a factura do muito que fizemos, do “percurso solitário” porque “os que tinham a obrigação e outros o dever de nos ajudar tiveram sempre distantes, ignorando-nos” – é completamente refutada pelo Partido Social Democrata e bastará olhar para os gráficos de execução de investimento durante os anos de governação Social Democrata para se perceber que Alcanena realizou a obra que tinha projectada;
- O PSD orgulha-se de se preocupar com as populações e de tentar, juntamente com o poder autárquico, encontrar as melhores soluções, independentemente de ser poder ou oposição (recordem o número de reuniões que o Sr. Presidente teve com o Secretário de Estado do Ambiente de então, e o grau de entendimento das preocupações do executivo, que nada tem a ver com o que é agora deixado nas mãos de um executivo sem dinheiro, muito por culpa própria, mas outra quota parte por culpa do Governo Central que ao invés de auxiliar, estrangula com as Leis que promove para as Finanças Locais).
- Pena é que o partidarismo tenha a primazia noutros partidos e forças politicas que, quando estão no poder, esquecem ao razão de serem eleitos, pautando o seu comportamento pela exibição vaidades e prepotência.
Alcanena, 14 de Abril de 2008
A Vereadora do PSD
_________________________________
Ana Cláudia Coelho
15/04/2008
Reunião do Executivo de 28 de Março
1- Projectos museológicos;
2- Zonas Industriais;
3- Cine-teatro S. Pedro;
4- Web Page do Município;
5- Actividades de Enriquecimento Curricular do 1º Ciclo.
Para melhor retratar os assuntos debatidos, junto se transcreve extractos da acta relativos, por um lado às questões colocadas pela vereadora do PSD e, por outro, às respostas dadas pelo Sr vice-presidente que presidiu à reunião.
A- Questões
2 – Pela Vereadora, Senhora Ana Cláudia Cohen Gonzaga Borges Caseiro Inácio Coelho, foram apresentados os seguintes assuntos: _______
B. Respostas
4 – Pelo Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da Câmara, a presidir à presente reunião, foram prestados os seguintes esclarecimentos acerca dos assuntos apresentados pelas Senhoras Vereadoras:________
_______ 4.3 – Sobre a Zona Industrial de Alcanena, o Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente, disse que continuamos com o Estudo de Impacte Ambiental por aprovar.____________________________________________
_______ A empresa projectista descuidou-se na apresentação dos documentos exigidos pela CCDR – Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional. Por sua vez a Comissão de Coordenação tem prazos dar parecer e não teve tempo para tal pelo que temos de apresentar outro estudo ou o mesmo corrigido com os documentos e dados necessários, estudo esse que já foi entregue._______________________________________________
4.4 – Sobre o Museu do Território, disse que é um projecto deste Executivo. Trata-se de um projecto complexo a nível do concelho. Não foi assumido que este projecto seja para executar já ou daqui a algum tempo. Candidatos ao Programa Operacional de Cultura foram o Museu do Curtume em Alcanena e o Museu da Aguarela Roque Gameiro em Minde. O Museu do Curtume não tem estudo financeiro. Dificilmente um projecto daquele tipo será autosustentado. Temos de actuar ao nível dos custos e das receitas por forma a rentabilizar o mais possível. Mencionou também o Centro de Ciência Viva do Alviela, o estudo económico-financeiro que ao tempo foi realizado e a sua discrepância com a realidade. Referiu que a este nível seria muito importante a existência da Contabilidade de Custos para um correcto estudo económico-financeiro e sua análise ao longo do tempo. Sabe que ao nível do País, muito poucas Autarquias terão este tipo de contabilidade implementada. Referiu a sua importância mas disse que este assunto tem de ser visto em termos de escala. Somos uma câmara pequena e a estruturação da implementação da contabilidade de custos tem de ser muito bem pensada em termos sectoriais e de definição de centros de custos, para evitar termos várias pessoas a fazer o mesmo trabalho._________ Foram assumidos, para já, apenas o Museu do Curtume e da Aguarela.__________________________________
Comentário:
Hoje diz-se uma coisa, amanhã diz-se outra. Relativamente aos museus, sabemos que há um núcleo – Museu das Bonecas - cujas obras vão avançar já para ser inaugurado em Junho.
Quanto à Zona Industrial de Minde, o executivo é muito optimista e fala já na hipótese de permutar essa infra estrutura. Será que o executivo se prepara permutar a Zona Industrial de Minde com o Museu de Curtume, cujas obras começou sem ter garantido primeiro o financiamento do POC, Plano Operacional de Cultura, contrariamente ao que tinha afirmado?
14/04/2008
PSD apresenta propostas no Conselho Municipal de Segurança
Nesta reunião, o representante do PSD, Dr. Miguel Domingos, apresentou duas propostas que receberam o acolhimento favorável dos presentes, a saber:
1. A realização de uma formação, destinada à população em geral, com incidência particular, nos grupos de risco, nomeadamente os idosos, sobre “Como evitar burlões e fraudes”, a dinamizar pela Guarda Nacional Republicana local, em colaboração com as Juntas de Freguesia.
2- A concretização de um plano de comunicação junto da população, no sentido de informar os munícipes sobre os procedimentos a adoptar para:
- evitar assaltos domésticos e de rua;
- registar movimentos suspeitos;
- elaborar uma queixa junto da GNR.
Foram, ainda, abordados outros assuntos de interesse, como a violência doméstica, o bullying, tendo sido nomeada uma comissão com um representante de cada força política, para juntamente com o Sr. Presidente, reunirem com a tutela por causa dos elevados índices de segurança que se fazem sentir no concelho.
O representante do PSD questionou, ainda, o Sr. Presidente acerca do ponto de situação do Plano de Emergência Municipal, nomeadamente no que respeita ao conhecimento dos químicos existentes e sua forma de combate, no concelho, tendo sido informado que essa recolha tem vindo a ser feita, apenas na freguesia de Minde, pelo Comando dos Bombeiros Voluntários de Minde.
Sabendo-se que vivemos num concelho industrial, não percebemos o que é que o Sr. Presidente está à espera para providenciar o restante levantamento.